1.2 Condutividade térmica
A
condutividade térmica (K) é uma constante que define
a capacidade do material em conduzir calor.
Podemos
observar que quanto maior for o valor de K, maior será
a capacidade desse material de conduzir calor. Ou seja, materiais
como o alumínio, o cobre e a prata são bons condutores
de calor (ver tabela - metais).
A
capacidade de isolação térmica de uma substância
é dada também pela observação do valor de
K, mas nesse caso, os bons isolantes são aqueles que têm
baixo valor para a constante de condutividade térmica (ex:
vidro, madeira, ar).
Na
construção de casas, os materiais escolhidos devem
estar de acordo com o que se quer obter. Nos telhados, por exemplo,
o uso de materiais isolantes térmicos pode auxiliar a reter
o calor no interior da casa (em regiões frias) ou a refletir
parte da luz incidente (com o uso de tons claros no telhado
e na pintura externa) para evitar aquecimento indesejável
(em regiões tropicais).
Paredes
e janelas também são responsáveis por parte das
perdas de calor e podem ser projetadas para minimizar as perdas
para o meio nas situações em que a casa necessita
com frequência de aquecimento elétrico ou solar, minimizando
assim o consumo de energia pelos moradores. Para conseguir isso,
uma opção é fazer lajes e paredes mais espessas
e usar material isolante na construção delas.
Nas
regiões frias, também há perdas de calor pelas
janelas da casa. Uma solução é usar grandes áreas
envidraçadas em camada dupla de vidro (com ar no “recheio”
como isolante), que além de isolantes, podem ajudar a iluminar
melhor o ambiente e a permitir a entrada de luz solar, provocando
um efeito semelhante ao efeito estufa e ajudando também
a evitar a necessidade de gastos excessivos de energia para
o processo de aquecimento elétrico ver tabela 4.
Tabela
4: Condutividades térmicas (kcal/s / m oC
)
Alumínio |
4,9.10-2 |
Cobre |
9,2.10-2 |
Aço |
1,1.10-2 |
Ar |
5,7.10-6 |
Amianto |
2.10-5 |
Madeira |
2.10-5 |
Vidro |
2.10-4 |
Prata |
9,9.10-2 |
2. CALOR POR IRRADIAÇÃO
O processo de transmissão por radiação é
aquele que ocorre sem um meio material.
O Sol é sempre a fonte de calor mais lembrada para ilustrar
o processo de irradiação, mas, na verdade, todo
corpo é capaz de propagar calor por radiação.
Se
considerarmos o ar como um fraco condutor de calor (pois tem
baixo valor de K), então a maior parte do calor que sentimos
de aquecedores elétricos, fornos, ferros elétricos
e mesmo do corpo humano é propagado por irradiação.
Essas irradiações podem ser vistas em filmes que captam
radiação na faixa do infravermelho, ver figura 5.
Figura
5: Calor irradiado pelo corpo humano.
Nota:
A foto mostra zonas de calor emitido por irradiação
pelo corpo humano (na faixa do infravermelho). Câmeras
capazes de captar essa faixa de radiação permitem
ver corpos de seres vivos no escuro, como as que são usadas
atualmente pelo Exército e pela Polícia.
2.1 Lei de Stefan-Boltzmann
A
radiação emitida por um corpo é avaliada por
uma grandeza denominada radiância
(R). A radiância é função direta da potência
do emissor (P) e inversamente proporcional à área
(A) desse corpo radiante:
R = P / A
(4)
Unidade:
(watt)/ (metro quadrado) = W/m2
Os
físicos austríacos
Josef
Stefan e L. Boltzmann estudaram
o comportamento de corpos negros, emissores ideais de calor.
Eles concluíram que a energia irradiada por eles é
proporcional à quarta potência de sua temperatura
absoluta (T em Kelvin).
R = (constante). T4
(5)
Esse
estudo nos permite observar com facilidade que a taxa de emissão
de calor de um corpo (radiância) aumenta rapidamente com
a elevação da sua temperatura (na razão de quarta
potência).