Podemos definir espelhos planos como toda superfície plana
e polida, portanto regular, capaz de refletir a luz nela incidente.
Figura 1 - Reflexão regular da luz num espelho plano
Superfícies refletoras planas, mas com a superfície
irregular, não podem ser consideradas espelhos planos, pois
produzem o que chamamos de reflexão difusa da luz.
Assim, para conhecermos em detalhe a maneira pela
qual um espelho conjuga suas imagens precisamos conhecer as Leis
da Reflexão.
2. LEIS
DA REFLEXÃO
A reflexão da luz é um fenômeno
físico que consiste na mudança de direção
dos raios de luz incidentes sobre uma superfície refletora,
exceção feita à situação na
qual o ângulo de incidência seja igual a 90o,
em que a direção se mantém, mas, apenas o
sentido da propagação se altera.
Em síntese são duas as Leis da Reflexão
da Luz:
1a Lei: O ângulo de incidência ()
é igual ao ângulo de reflexão ()
2a Lei: O Raio Incidente I, a normal
à superfície refletora (N) e o
raio refletido (R) estão no mesmo plano.
Considere uma reta N, perpendicular à
superfície refletora que denominaremos Normal à
superfície.
3. CONSTRUÇÃO DE IMAGENS
NOS ESPELHOS PLANOS
Vamos estudar a construção de imagens conjugadas
por um espelho plano a partir de um ponto considerado objeto.
Consideremos, portanto, um ponto P, diante de
um espelho plano E, como indica a figura a seguir:
Figura 6 - Ponto P diante de
um espelho plano E.
Se admitirmos raios de luz incidentes I
sobre o espelho E, passando pelo ponto P,
temos que considerar a existência de raios de luz refletidos
R, de forma tal, que os ângulos de reflexão
serão iguais aos ângulos de incidência
(1a Lei de Reflexão), como está indicado
na figura a seguir.
Figura 7 - Traçado de luz dos raios incidentes
e refletidos
Para determinarmos o ponto imagem P´, basta
que façamos um prolongamento dos raios de luz refletidos.
A convergência desses pontos é P´.
Observe a figura a seguir:
Figura 8 - Determinação gráfica
do ponto imagem P´
Pode-se perceber que a distância do ponto P ao
espelho E é igual a distância do espelho
E ao ponto imagem P´ (PE = EP´),
ou seja, a imagem P´ é simétrica
ao ponto P.
Figura 9 - Simetria do ponto imagem P´
em relação ao ponto objeto P
Além disso, como o ponto imagem P´é
formado pelo prolongamento dos raios de luz, podemos dizer que
ele é virtual.
4. ENANTIOMORFISMO
Como vimos as imagens conjugadas
por espelhos planos são simétricas aos objetos,
isto é, a distância de cada ponto do espelho ao objeto
é igual à distância da imagem ao espelho,
o que nos permite concluir que apesar da imagem ter o mesmo tamanho
do objeto eles não são exatamente iguais. Na verdade
a imagem fica invertida em relação ao objeto. Esse
fenômeno recebe o nome de enantiomorfismo.
5. TRANSLAÇÃO DE UM
ESPELHO PLANO
Quando movemos um espelho a imagem por ele conjugada também
se movimenta.
Considere um objeto P localizando a uma distância
d1de um espelho E,
como indica a figura a seguir.
Como espelhos planos conjugam imagens simétricas em relação
ao objeto, temos que a imagem P´, também
se encontra a ima distância d1
do espelho.
Se deslocarmos o espelho de um certa distância a,
então teremos
Perceba que a distância X
entre as duas posições sucessivas das imagens P´e
P´´ pode ser expressa por:
(1)
Observe a figura 12 e perceba que:
Então:
X = 2a (2)
Dessa forma conclui-se que o deslocamento da imagem é o
dobro do deslocamento do espelho.
6. TROTAÇÃO
DE UM ESPELHO PLANO
Se ao invés de deslocar o espelho de uma distância
a, nós o girarmos de um certo ângulo , podemos mostrar,
de maneira análoga que giramos a imagem de um ângulo
D=
2a.
Quando associamos dois espelhos planos de forma
paralela, um em relação ao outro, ou de maneira
a formarem ângulos entre si, nós podemos multiplicar
o número de imagens conjugadas de um determinado objeto.
Assim, se consideramos dois espelhos planos E1
e E2 que formam entre si um ângulo
a, como está indicado
na figura a seguir.
Figura 15 - Associação de espelhos
planos
O número n de imagens de P
que essa associação pode conjugar é igual
a:
(4)
Perceba que se for igual a 180o então,
temos, na prática apenas um espelho e, portanto, n=1, ou
seja, há a conjugação de uma única
imagem.
Para a igual a zero temos
que os espelhos estão paralelos e, dessa forma, matematicamente
teríamos uma impossibilidade. Entretanto, se pensarmos
em um valor muito pequeno para am
então perceberemos que n seria igual a infinito, ou seja,
infinitas imagens. Isso só seria possível se o sistema
não absorvesse energia.
Essa expressão só é válida para valores
de a que sejam submúltiplos
de 360o. Caso contrário o número de imagens
não é inteiro.